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Content text JESUS FOI CASADO - ARTIGO CIENTÍFICO.pdf

JESUS FOI CASADO? JOSÉ RICARDO PEREIRA TAVARES BACHAREL EM ARQUEOLOGIA, UNIR. PORTO VELHO - RO E-MAIL: [email protected] ORCID: 0009-1813-4319 ARQUEOAMAZON WWW.ARQUEOLOGIAAMAZONICA.COM

TAVARES, José Ricado P. Jesus foi Casado? Arqueoamazon, Porto Velho, Volume 1, No 1, p (1-19), Novembro, 2020. Disponível em: https://www.arqueologiaamazonica.com/artigos 3 INTRODUÇÃO Apesar das abordagens sensacionalistas presentes no livro e filme "O Código da Vinci" de Dan Brown, assim como no livro e documentário "The Lost Gospel" de Simcha Jacobovici, é imperativo empreender uma análise ponderada acerca da indagação central: Jesus foi casado? O Dr. James Tabor, renomado especialista detentor de um doutorado em Estudos Bíblicos e professor no Departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte desde 1989, anteriormente sustentava de maneira incisiva a perspectiva do celibato de Jesus, refutando vigorosamente aqueles que discordavam, afirmando categoricamente que Jesus jamais contraíra matrimônio. Entretanto, em janeiro de 2016, mediante uma revisão criteriosa de textos arqueologicamente descobertos, bem como uma análise aprofundada dos contextos históricos e das tendências teológicas presentes na patrística proto-católica e pós- católica, o Dr. Tabor reexaminou sua posição e declarou: O argumento mais citado é que, se Jesus tivesse se casado, certamente teríamos tradições, tanto no Novo Testamento quanto nos chamados "pais da Igreja"; esse era o caso. O silêncio, portanto, é ensurdecedor... Evidentemente, isso ignora as razões teológicas fortemente dogmáticas em que a igreja se apega até hoje a um Jesus sempre virgem, paralelo a uma virgem Maria não sexual. O Santo Divino Filho de Deus, e certamente sua mãe virginalmente pura, nunca fizeram sexo... Existem dois problemas com essa visão. Primeiro, o argumento do silêncio simplesmente não funciona quando se trata de mulheres e esposas dos principais seguidores de Jesus no Novo Testamento. Não sabemos o nome de nenhuma das esposas dos apóstolos, nem de Tiago, o irmão de Jesus, embora certamente possamos assumir, com base na cultura judaica da época, que eles eram casados. As esposas raramente são mencionadas e nunca são nomeadas, mesmo que o casamento seja a norma. Segundo, e mais revelador, há fortes evidências textuais que pelo menos sugerem, se não afirmam, que Jesus era casado - e provavelmente COM MARIA MADALENA. Primeiro, há o apóstolo Paulo - que é nossa testemunha literária mais antiga de qualquer forma de “cristianismo”, que defende e encoraja fortemente o celibato ou a vida não sexual - mas apenas menciona a si mesmo - não a Jesus - como exemplo disso [1 Coríntios 7:7-10]. E isso em uma seção de 1 Coríntios, onde ele menciona outros apóstolos que viajam com suas esposas (mesmo que essas esposas “fantasmas” nunca sejam nomeadas em nenhum de nossos textos), e cita Jesus para apoiar suas opiniões sobre proibir o divórcio [1 Coríntios 7:10]. Se Jesus tivesse sido celibatário, Paulo certamente o teria chamado como seu principal exemplo... Segundo, em nosso registro mais antigo do enterro de Jesus em Marcos, a misteriosa Maria Madalena aparece do nada, não apenas listada com a mãe de Jesus e um grupo de mulheres galileanas, mas claramente recebendo o primeiro lugar e destaque [Marcos 15:40-41]. É Maria Madalena - acima da mãe ou irmã de Jesus - quem lidera os ritos funerários judaicos para o cadáver de Jesus – para lavar e ungir seu corpo nu [Marcos 16:1]. Esta não é a posição de alguém de fora, ou mesmo de um "conhecido" próximo, em termos de discípulos ou seguidores. Essa é uma honra íntima e um dever reservado para os parentes mais próximos - principalmente a esposa, a mãe, a tia ou a irmã. Ela aparece e depois desaparece - embora em João ela seja claramente a única “primeira testemunha” da ressurreição de Jesus [João 20:11-18]. Seu desaparecimento é tão estranho quanto sua aparição repentina. Mas Maria
TAVARES, José Ricado P. Jesus foi Casado? Arqueoamazon, Porto Velho, Volume 1, No 1, p (1-19), Novembro, 2020. Disponível em: https://www.arqueologiaamazonica.com/artigos 4 Madalena aparece novamente em alguns dos nossos evangelhos do segundo e terceiro século, como uma importante líder feminina, companheira íntima de Jesus e portadora de revelações "secretas"... O que sempre devemos ter em mente é que os documentos de nosso Novo Testamento são escritos de forma esmagadora na segunda geração do movimento, uma década ou até várias décadas após a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 E.C - depois que os seguidores originais de Jesus são: espalhados ou mortos - incluindo Pedro, Tiago, Maria a mãe de Jesus e, presumivelmente, Maria Madalena... O que obtemos no caso de Maria Madalena são sugestões de sua proeminência, mas também um abafamento de seu status e papel. Um fenômeno semelhante ocorre com Tiago e a família de Jesus em geral e sua liderança dominante no movimento nos primeiros 40 anos. Se tudo o que tínhamos eram os evangelhos do NT, dificilmente saberíamos que Tiago ou sua mãe e irmãos existiram após a morte de Jesus, muito menos a posição de destaque que a família tinha em Jerusalém. Até o autor de Lucas/Atos falha em nomear os irmãos de Jesus (ignorando Marcos 6:3, que era sua fonte para Lucas 4), e apenas relutantemente os menciona em Atos 1, mas não pelo nome e, finalmente, implica que Tiago está encarregado de todo o movimento em Atos 15 e 21 - mas NUNCA O TORNA EXPLÍCITO. Algo está acontecendo claramente aqui em termos de silenciar a influência e o destaque da família de Jesus nesses relatos do Evangelho que foram escritos após o ano 70 E.C. (TABOR, 2017) O professor James Tabor observa, de forma perspicaz, a notável proeminência atribuída a Maria de Magdala em papéis de relevância, salientando: 1. Função na Limpeza Funerária: Maria de Magdala liderou a limpeza funerária do corpo de Jesus, uma tarefa tradicionalmente reservada aos parentes mais próximos, destacando a possibilidade de um vínculo marital. Tabor baseia tal interpretação na análise arqueológica e na compreensão dos contextos históricos, citando suas reflexões no ano de 2017. 2. Testemunha da Ressurreição: Destaca-se também como a primeira testemunha da Ressurreição, reforçando seu papel crucial na narrativa cristã. É importante salientar que “Testemunha” em aramaico é “Edta”, a mesma para a palavra “Igreja” em aramaico. 3. Supressão do Status e Papel: Tabor evidencia um apagamento histórico do status e da importância de Maria de Magdala na Comunidade Judaica de Jesus. Além disso, ao examinar a posição de Paulo de Tarso no Judaísmo Nazareno, reconhecido como traidor e apóstata da Lei, Tabor oferece outra perspectiva sobre a possível condição matrimonial de Jesus. Este argumento é respaldado pela análise da carta de Paulo aos Coríntios (1 Coríntios 7:7-10), na qual Paulo, ao abordar a questão do celibato, omite mencionar Jesus como exemplo, gerando questionamentos sobre a possível vida matrimonial de Jesus. O Evangelho segundo João, mencionado por Tabor, adquire destaque, fundamentado em três razões fundamentais: 1. Antiguidade do Papiro P52: Possui o fragmento de papiro mais antigo entre os quatro evangelhos, datado de 125 E.C. (Papiro P52 da Biblioteca de Rylands). 2. Narrativa Distinta: Oferece uma narrativa única, diferenciando-se dos Evangelhos sinópticos (Mateus, Marcos e Lucas).

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